Cardiologista explicou que ambas as condições são graves e que o tromboembolismo pulmonar pode levar ao choque cardiogênico. Bebê de Juliane Bernardes está bem, de acordo com o pai.
A advogada Juliane Bernardes, de 37 anos, morreu dois dias depois de dar à luz em Goiânia. De acordo com informações dos médicos à família, a mulher sofreu um choque cardiogênico e tromboembolismo pulmonar no pós-operatório.
A reportagem, o cardiologista Maurício Prudente explicou que ambas as doenças podem ser consideradas graves.
O pequeno Bell Bernardes, filho de Juliane e Paulo, nasceu no dia 22 de outubro. Juliane morreu dois dias após o parto.
“Ela estava internada, estava bem. Começou a ter falta de ar à noite, no dia do parto. Aí ela foi para a UTI e conseguiu ficar quase um dia, mas ainda com muita dor”, detalhou Paulo Pinheiro, marido dela.
Tromboembolismo pulmonar
De acordo com o cardiologista Fernando Silverio, o tromboembolismo pulmonar é um coágulo de sangue que se desloca de qualquer parte do corpo, principalmente da perna, e vai parar no pulmão.
“Os principais fatores de risco são a obesidade, uso de anticoncepcional, cirurgia de grande porte em que o sangue que fica muito grosso e então forma-se um coágulo”, disse o médico.
Conforme o especialista Maurício Prudente, a doença também pode acontecer em pessoas com problemas vasculares, principalmente, varizes nos membros inferiores.
“Chegando no pulmão, se ele for de um tamanho expressivo, ele faz uma obstrução nas artérias que levam o sangue para ser oxigenado. Com isso, a consequência quase imediata é uma parada cardiorrespiratória”, completou Maurício.
- Sintomas e tratamento:
De acordo com Maurício, os primeiros sintomas de uma pessoa com tromboembolismo pulmonar são a falta de ar, dores no peito, queda da pressão arterial e até desmaio. Ele ainda acrescentou que o tromboembolismo pulmonar maciço é uma doença gravíssima que pode levar à morte.
“Ele pode ser discreto, crônico, agudo ou maciço. O importante nesse caso é que, com a iminência de qualquer desses sintomas, é preciso procurar rapidamente atendimento médico”, afirma.
O tratamento da doença, conforme Maurício, é feito à base de anticoagulantes, remédios que fazem dissolver os coágulos. Em alguns casos, é necessário usar um cateter para recanalizar o vaso que foi obstruído.
Choque cardiogênico
O cardiologista Fernando Silverio conceituou que o choque cardiogênico ocorre quando o coração não consegue manter sua principal função: bombear o sangue para o pulmão e para o resto do corpo.
“O sangue não chega até as células que ele precisa chegar, levando oxigênio e retirando o gás carbônico e os nutrientes necessários também. Ele deixa de levar oxigênio e nutrientes, principalmente a glicose, de retirar o produto desse metabolismo”, explicou Maurício.
- Causas:
A reportagem, Fernando pontuou que os principais sintomas do choque cardiogênico são a falta de ar, lábios roxos e fraqueza. Segundo o médico, duas das causas do choque cardiogênico são o infarto e a insuficiência cardíaca.
“Se a pessoa prevenir o infarto, ela está prevenindo o choque cardiogênico. Se uma pessoa que tem um sopro não tratou esse sopro, o coração fica fraco. Então, se tratar essas coisas evita o choque cardiogênico de origem cardíaca”, afirmou Fernando.
Ele menciona que há também o choque cardiogênico de origem pulmonar, como quando a pessoa tem um tromboembolismo pulmonar (entenda abaixo).
O médico Maurício Prudente também acrescentou que a condição é grave e demanda atendimento médico urgente para restaurar a função cardíaca e garantir a circulação adequada.
Relação entre doenças
O médico Marcelo Daher detalhou que é comum que um tromboembolismo pulmonar evolua para um choque cardiogênico.
“Essas plaquetas se deslocam das pernas ou do útero e obstruem os grandes vasos do pulmão. Essa obstrução leva a uma situação grave porque há a parada do fluxo sanguíneo e, por consequência, há o choque cardiogênico, já que não vai sangue o suficiente para o coração bombear”, esclareceu.
“O tromboembolismo pulmonar acomete o lado direito do coração. Se o lado direito do coração não funciona direito, o coração vai ficando fraco, fraco e consequentemente afeta todo o coração”, completou Fernando Silverio.
Fonte: G1 – Goiás
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