Ao contrário de nos outros países da rota, a tocha olímpica só encontrou sorrisos hoje em Macau, última etapa antes do início do périplo na China Continental. Os corredores já finalizaram o revezamento da tocha pela cidade sem nenhum registro de incidentes por parte de protestantes. Pelo contrário, a passagem da chama olímpica foi saudada por espectadores de bandeirinhas na mão que mal puderam conter o entusiasmo enquanto a tocha desfilava pela antiga colônia portuguesa, que voltou ao governo chinês em in 1999. Leocardo traz uma reportagem completa:
Passavam 44 minutos das 15 horas quando o Chefe do Executivo Edmund Ho entregou a tocha olímpica ao primeiro transportador; Leong Hong Man, atleta de Wushu, era o primeiro a transportar a chama olímpica em Macau. Ainda na Doca dos Pescadores entrgou-a ao bilionário Stanley Ho, que apesar de ter dado apenas alguns passos, mostrou-se extremamente bem disposto e cheio de fervor patriótico, e afirmou que pelo seu país transportaria a tocha “até ao fim do mundo”.
Entre as personalidades convidadas para transportar a tocha destacaram-se Costa Antunes, director dos Serviços de Turismo, Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados de Macau ou Paula Carion, atleta de judo medalhada nos últimos Jogos Asiáticos. A cantora de Hong Kong Miriam Yeung, que esteve na base de uma polémica que levou ao afastamento do deputado José Pereira Coutinho, usou os seus 30 segundos para gritar “yeah! yeah!” enquanto sacudia o punho esquerdo.
Foi um lugar comum. Todos sorriam para ficar bem na fotografia e mandavam adeuzinhos enquanto seguravam na tocha. O ar mais grave terá sido o de Leong Heng Teng, que levou a tocha de volta à Doca dos Pescadores e terminou a relay de Macau. Devido a uns atrasos “à portuguesa” (herança cultural?) a tocha nunca chegou a passar pelo Leal Senado. Não se sabe se desta vez os comerciantes da Av. Almeida Ribeiro alegaram transtorno para o comércio (sou tão mauzinho, não sou?) para que se dispensasse a passagem pela principal artéria do território.
Milhares de residentes saíram à rua, juntando-se a eles os turistas, muitos deles vindos da China Continental. A generalidade – mesmo os ocidentais – parece concordar com a ideia de que as reivindicações dos manifestantes deviam ser feita em sede própria, e longe, portanto, do evento da passagem da tocha olímpica. Um grupo de cristãos filipinos (Jesus Rocks?) juntou-se à festa para “abençoar os Jogos”, segundo eles.
A tocha olímpica passou hoje por Macau pela primeira vez na História, e provavelmente a última, pelo menos em muitos anos. A passagem foi pacífica e sem qualquer tipo de incidentes semelhantes aos que aconteceram noutras etapas da passagem do fogo Olímpico, o que leva a questionar o tremendo aparato de segurança que se verificou. Aparentemente Macau não está na agenda dos apoiantes da causa tibetana, e os activistas de sofá ficaram em casa a ver pela TV.
A tocha agora está de volta à China Continental, sendo que parada segue para Pequim a caminho dos Jogos Olímpicos que acontecem de de 8 a 24 de agosto.
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